As infecções por vermes e protozoários são preocupações significativas na saúde infantil, frequentemente manifestando-se com sintomas como vômitos e diarreia. Essas infecções não apenas afetam o bem-estar das crianças, mas também podem interferir em seu crescimento e desenvolvimento.
Nos últimos anos, a prática de lavar as mãos com frequência se tornou um hábito amplamente difundido, especialmente devido à pandemia de Covid-19. No entanto, essa simples ação é eficaz na prevenção de várias outras doenças, incluindo aquelas causadas por vermes e protozoários. Este problema persiste, especialmente em áreas com acesso limitado a saneamento básico, tornando as crianças mais vulneráveis, uma vez que elas tendem a colocar as mãos e objetos na boca com frequência.
Historicamente, era comum que pediatras prescrevessem vermífugos de forma preventiva a todas as crianças. Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou essa diretriz, recomendando que essa prática seja limitada a regiões onde as taxas de infecção são elevadas. A pediatra Fabiola Suano, professora da Escola Paulista de Medicina, destaca que o “Guia Prático para Controle das Geo-helmintíases”, do Ministério da Saúde, sugere um planejamento em etapas, envolvendo análise epidemiológica e articulação com redes de saúde e educação.
Impacto das Parasitoses na Saúde Infantil
Embora o termo “vermes” seja amplamente utilizado, o correto é referir-se a essas condições como parasitoses, uma vez que incluem tanto vermes quanto protozoários, como a giardia e a ameba. Essas infecções são um problema de saúde pública no Brasil, revelando desigualdades sociais e dificuldades de acesso a medidas de prevenção e saneamento. Levantamentos apontam que em algumas regiões do país, a prevalência de parasitoses pode atingir até 82,4%, significando que mais de 8 em cada 10 crianças podem ter sido infectadas por vermes ou protozoários.
As parasitoses ocorrem quando esses organismos se instalam no corpo humano, que se torna um hospedeiro. Isso pode resultar em sintomas abdominais, como dor, desconforto, diarreia, constipação e má absorção de nutrientes. Em alguns casos, a infecção pode levar a sintomas pulmonares, como chiado e falta de ar. A pediatra Fabiola Suano alerta que as verminoses podem também comprometer o crescimento das crianças.
A principal forma de transmissão é pela ingestão de água e alimentos contaminados, além do contato com larvas que podem penetrar pela pele em solo ou água contaminados.
Tipos Comuns de Vermes em Crianças
Os vermes mais comuns que afetam crianças incluem:
- Nematelmintos: Ascaris lumbricoides (lombriga), Enterobius vermicularis (oxiuro), Strongyloides stercoralis, Ancylostoma duodenale, Necator americanus e Trichuris trichiura.
- Platelmintos: Taenia solium (solitária), Taenia saginata (solitária), Hymenolepsis nana, Hymenolepsis diminuta, Diphylobothrium latum e Schistosoma mansoni (esquistossomose).
Os nomes científicos podem ser complexos, e muitos deles possuem “apelidos” populares que facilitam a identificação. Por exemplo, a Ascaris lumbricoides é conhecida como lombriga, enquanto a esquistossomose é chamada de “barriga d’água” e a ancilostomose é popularmente referida como “amarelão”.
Diagnóstico de Vermes e Protozoários
O diagnóstico de parasitoses é realizado através de uma combinação de sintomas, dados epidemiológicos e condições de saneamento da região em que a criança reside. A coleta de fezes para identificação de ovos ou partes dos vermes, bem como exames de sangue para detectar anticorpos, são métodos comuns. A oxiurose, por exemplo, é causada pelo Enterobius vermicularis e se manifesta com coceira intensa na região anal e dor abdominal.
Após a identificação do parasita, o médico prescreve o tratamento adequado. Existem medicamentos que podem ser administrados em dose única ou em ciclos, sendo necessário em alguns casos repetir a dosagem após um período para eliminar larvas que possam ter se desenvolvido. A duração do tratamento pode variar de 1 a 5 dias, dependendo do tipo de infecção.
Prevenção de Verminoses e Parasitoses em Crianças
A prevenção é a melhor abordagem para evitar a contaminação por vermes e protozoários. Isso inclui a implementação de medidas de saneamento básico, cuidados de higiene pessoal rigorosos, como a lavagem frequente das mãos, e a higienização adequada dos alimentos, especialmente aqueles consumidos crus. O acompanhamento regular com o pediatra é fundamental para a detecção precoce e o manejo eficaz dessas infecções.
Se você suspeita que seu filho possa estar infectado, é crucial buscar orientação médica o mais rápido possível. A infestação severa por vermes pode levar a complicações sérias, como desnutrição, anemia e, em casos graves, obstrução intestinal, que pode necessitar de intervenção cirúrgica.
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Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.